Eu acabo de estabelecer a paz em minha casa com a chegada de uma babá/empregada e descubro que tenho uma adolescente de 4 anos e meio em casa. A criança surtou e se recusa a ir para a escola. Converso, converso, converso e o máximo que tiro é: "O parquinho está bem sem graça, mamãe". No entanto, a verdade está bem na minha cara e, pior, sou eu a principal causadora disso tudo! Sabe aquela frase que diz que é a mãe quem estraga o filho? Pois é... Esse “desaforo” bateu a minha porta por esses dias.

É que Lara vive uma realidade que, digamos, é uma faca de dois gumes: tem uma mãe que trabalha em um lugar cheio de crianças e brinquedos e que pode e deve ser frequentado por ela. Até aí tudo bem. O problema começa quando a criança passa a querer ir para o trabalho da mãe todos os dias, achando a melhor coisa do mundo. E foi exatamente isso o que aconteceu. Há mais ou menos 15 dias, luto sumô com minha filha em casa, no carro, na porta da escola... um vexame! Justo a Lara, que me deu o maior orgulho quando tinha apenas um aninho ao entrar na primeira escola e não dar trabalho algum de adaptação.

Eu ainda achava que esse tipo de coisa só acontecia com adolescentes rebeldes e não dei muita bola quando algumas amigas me disseram: "Prepare-se porque a crise das meninas é nos 4 e 5 anos, diferente dos meninos que é entre 7 e 8 anos"...

Enfim, minha filha está em crise com a escola porque quer ficar comigo o tempo todo. E eu, como mãe, me esforço para não deixar um sentimento de fracasso e sufoco tomar conta de mim. Ao mesmo tempo, me sinto tão horrível de me sentir sufocada pela minha filha... A verdade é que a gente custa a voltar a ser um indivíduo novamente. Quando a criança deixa de ser bebê e passa a ser mais independente, ela também passa a entender as coisas, a se achar dona de seu nariz e começa a querer ditar regras.

Com tudo isso, sigo feliz, muito feliz! E sempre digo para meus amigos: quer emoção na vida, larga dessas coisas de pular de paraquedas, voar de asa delta, viajar o mundo... TENHA UM FILHO! É uma das coisas mais deliciosas, emocionantes e imprevisíveis que se possa viver nesta vida!